Percebeu-se
presente no exato instante em que o encontro com a solidão mostrou-se
inadiável, embora não previamente marcado. Não importa
o quão satisfeito com a vida se está, com as amizades, conquistas ou
amores, inevitavelmente este momento chegará e se aperfeiçoará no
preciso interregno em que relevantes decisões precisam ser tomadas, em
que opções precisam ser feitas.
Em
tal momento, acompanhado apenas dela, da solidão, viu-se diante de mais
de uma possibilidade. Todas, contudo, impossíveis de coexistir.
O impasse: a decisão pelo caminho a trilhar implicará necessariamente
uma renúncia. Indaga, então, em seu âmago: “como fazer a opção certa?”
Vai além: “há opção certa?”
Esta
incerteza parece-lhe impossível de ser colmatada. Ávido por respostas,
busca nas redondezas lampejos que lhe pudessem fornecer
auxílio. Em vão. Está em meio do nada, como que naufragado na ausência.
Largas e altas paredes o separam de tudo e todos, há no ambiente apenas
seu ser e as opções que a vida lhe coloca à escolha. Nada lhe poderá
fornecer ajuda, apenas sua consciência, sua
vontade e percepção.
Fácil
retroceder o olhar e avaliar as opções feitas em outros tempos,
avaliá-las e julgá-las a partir do entorno. Mas agora é diferente,
precisa decidir sem esses elementos.
Recorre
por fim, à fração mais recôndita de seu coração, aos valores que nutre e
que o ensinaram a viver e, norteado por eles, entrega-se
à intuição com confiança tamanha que esta o leva a seguir, talvez já
sem dúvidas, de que o caminho certo é justamente o caminho de sua
escolha.
Facilitação Gráfica Max Ribeiro |
Texto: Fabiana G. Persicotti